Silva e Zeneide estão presos há dois meses, acusados de aliciar menores para o tráfico. Mantidos por organizações cristãs do Brasil, os missionários eram responsáveis por um projeto social voltado aos jovens de rua. Seu “crime” foi converter crianças ao cristianismo.
Há alguns anos, os cristãos José Dilson Alves da Silva e Zeneide Moreira fizeram as malas e mudaram-se para o Senegal, país localizado na costa atlântica da África, e que faz fronteira com o Mali, 7º colocado na Classificação de Países por Perseguição (WWL).
A rotina de ambos estava ligada, principalmente, ao trabalho que exerciam através do projeto social Obadias, segundo reportagem da revista Istoé , “financiado pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT), que dá abrigo, comida e ensino a 17 crianças e jovens de rua, muitos deles oriundos de escolas corânicas – os chamados talibês, estudantes islâmicos que são forçados por seus professores a mendigar nas ruas”.
No início de novembro, o pai de um dos meninos do abrigo dirigiu-se às autoridades e fez acusações contra José e Zeneide, alegando que seu filho havia se recusado a recitar uma oração muçulmana e estava exibindo comportamento cristão. O pai afirmou que os cristãos estava desrespeitando o Islã ao ensinar o cristianismo para as crianças. Outras acusações incluem sequestro e tráfico de menores. Os dois ficarão presos em Dakar, capital do Senegal, até que a investigação, que determinará o futuro do caso, seja concluída. Isso pode levar até seis meses.
No Senegal, 92% da população é declaradamente sunita, mas a liberdade religiosa está prevista na Constituição. Na prática, não foi bem isso o que aconteceu. Ainda de acordo com a matéria da Istoé, “meios de comunicação senegaleses reproduziram a acusação: ‘Pastor brasileiro convertia crianças ao cristianismo’, dizia o título de uma matéria publicada na primeira página do tabloide ‘Le Populaire’.”
Enquanto aguardam a decisão da Justiça, ambos vivem agora restringidos ao limite da cadeia; em celas diferentes, mas compartilhadas com 30 pessoas, sem janelas ou qualquer espaço. São autorizados a receber visitas rápidas de familiares e amigos somente duas vezes por semana, além de consultas regulares com dois médicos e um psicólogo.
Um fator de forte preocupação, porém, é a saúde do pastor. Ele é diabético, está fraco, com um dente quebrado e uma inflamação no ouvido. Fontes informaram que, por conta disso, lhe foi permitido receber comida preparada por seus colegas de fora da prisão. Não somente Silva, mas Zeneide também. Ela, por sua vez, tem ensinado artesanato às demais prisioneiras e, quando possível, compartilhado com elas as refeições preparadas por missionários amigos.
Pedidos de oração
• Ore para que José e Zeneide não desanimem, mas sejam fortalecidos a usar o seu tempo na prisão para compartilhar o amor de Cristo.
• O Pr. José tem três filhos, apenas o mais novo permanece em casa. Peça a Deus para que os corações e mentes de todos os membros da família sejam cheios de paz e confiança até o dia da liberação do pai.
"Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo". João 16.33
Fonte: Missão Portas Abertas