Várias prefeituras em Minas em especial no Vale do Jequitinhonha onde houve transição de governo, fecharam suas portas para balanço, pois receberam a maquina pública com grandes problemas e altas dívidas, o que impede o funcionamento inicial neste principio de mandato.
Esta medida faz com que a prefeitura angarie recursos e crie um "caixa" para amenizar ou sanar os problemas deixados pela gestão anterior; Mas em Virgem da Lapa a prefeitura decretou seu fechamento, mas nega ser devido a problemas deixados pela gestão antecessora.
O prefeito de Virgem da Lapa (MG) no médio Jequitinhonha, Harley Lopes(PT), determinou o fechamento da prefeitura , de 14 de janeiro até o dia 1º de fevereiro.
Segundo o chefe de Gabinete, Thales Murta, que visitou a redação do Jornal Gazeta na tarde de terça-feira (15), a medida foi necessária para se tomar conhecimento da realidade administrativa e planejar um novo rumo para o município.
Acompanhado do secretário municipal de Administração, Marcus Vinicius, ele afirmou que serão feitas mudanças internas, readaptação do espaço físico da prefeitura e modernização administrativa.
Indagado se as mudanças não evidenciavam desentendimentos com o governo anterior, que ajudou a eleger o atual prefeito, Thales Murta observou que não existem dois irmãos com pensamentos iguais. "Por mais que o governo anterior seja parceiro, os novos gestores têm uma visão diferenciada", ressalta Murta.
A prefeitura conta com 9 secretários. Thales Murta e Marcus Vinicius, garantiram que os serviços essenciais, como coleta de lixo e atendimentos da Saúde não serão afetados.
Todas as mudanças deverão ser aprovadas pela Câmara Municipal que está em recesso e retoma os trabalhos em fevereiro.
Harley Lopes foi eleito com ajuda do seu antecessor Everardo Martins, o Dim (PT) que administrou o município por duas gestões consecutivas.
Choque de gestão
A palavra de ordem do novo governo, segundo Thales Murta, será o choque de gestão. "Trata-se de uma orientação dos governos do Estado e da União", disse ele.
A folha de pagamento com pessoal engole mais da metade do FPM ( Fundo de Participação dos Municípios). O FPM gira em torno de R$ 700 mil mensais.
"Em dezembro a folha de pagamento foi de R$ 550 mil", informou o secretário de Administração.
"A crise financeira por enquanto, ainda não bateu em nossa porta", afirmou Thales Murta, garantindo que fornecedores e funcionários foram pagos no final da gestão anterior.
Funcionários discordam
"Não recebemos os salários de dezembro. A nova administração poderá enfrentar a primeira manifestação dos funcionários que estão indignados com isso", diz o ex-vereador Antonio Rosqueiro, que é funcionário efetivo da prefeitura.
Segundo ele, a arrecadação municipal em dezembro foi de R$ 1.808.490,00, entre impostos e Fundeb.( Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica). "A culpa pelo não pagamento dos nossos salários é do ex-prefeito", salienta o ex-vereador.
FONTE: GAZETA DE ARAÇUAÍ