Operação da Polícia Federal para combater uma quadrilha que compartilhava arquivos pornográficos pela internet terminou ontem com a prisão de cinco pessoas em Minas Gerais. Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em Pedro Leopoldo, Abaeté, Itabira, Carbonita, Bambuí, Divinópolis, Uberaba, Uberlândia, Ouro Fino e Itajubá. A ação, denominada de Dirty Net (Internet suja), aconteceu em 11 estados e no Distrito Federal. Ao todo, 18 pessoas foram presas em todo país.
As investigações começaram há seis meses. Os policiais monitoraram redes privadas de compartilhamento de arquivos na internet, onde foram detectadas intensas trocas de material de cunho sexual envolvendo crianças, adolescentes e até bebês. Segundo a PF, eles aproveitavam da suposta condição de anonimato na rede, sem saber que estavam sendo monitorados. As imagens da quadrilha brasileira eram compartilhadas com outros 34 países.
Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, um funcionário público e um caminhoneiro acabaram detidos com materiais pornográficos. As prisões aconteceram nos bairros Guanabara e Gameleira. Com eles foram recolhidos dois HDs, três notebooks, cinco pen drives e duas máquinas fotográficas. A polícia tenta agora apurar quem tirava as fotos.
“Para serem distribuídas para a rede, em um dado momento elas foram capturadas. Eles negam que tenham tirado as fotos e disseram que não houve contatos carnais com essas crianças”, afirmou o delegado da Polícia Federal de Uberaba, Carlos Henrique Cotta D'ângelo.
No entanto, a polícia acredita que possa ter havido uma relação com as pessoas encontradas nas fotos. “Na casa de um deles havia guloseimas, brinquedos infantis. Ele não soube justificar o que os materiais faziam lá. Isso agora vai ser investigado e aprofundado”, explicou o delegado.
Em Ouro Fino, na Região Sul de Minas, um servidor público foi preso. Agentes foram até a casa do suspeito, que mora com a mãe, e encontraram um desktop, um HD, pen drive e um caderno com anotações de cunho pornográfico. O homem, que não teve o nome divulgado, teria assumido ser o dono do material.
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal de Divinópolis em Bambuí, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Em um dos locais, os policiais encontraram fotografias e vídeos com pornografia infantil. Um rapaz de 23 anos, identificado como A.M.C., foi apontado como o responsável pelo material apreendido. Ele não estava em casa no momento da apreensão e ainda não foi encontrado.
As outras prisões aconteceram em Pedro Leopoldo, Abaeté, Itabira, Carbonita e Itajubá. Os cinco presos podem ser condenados a até 10 anos de prisão.
DEGRADANTE
A Polícia Federal informou que integrantes do grupo acusado de pedofilia na internet trocavam arquivos contendo cenas degradantes de adolescentes, crianças e até bebês em contexto de abuso sexual. Além da troca de arquivos, foram identificados ainda relatos de outros crimes praticados pelos envolvidos contra crianças, inclusive com menção a estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo.
ESTADOS
A operação objetivou cumprir 50 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de prisão nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
Mução é preso
O apresentador de rádio Rodrigo Vieira Emerenciano, popularmente conhecido como Mução, foi um dos 18 suspeitos presos na operação de combate à pedofilia e pornografia infantil. O humorista, que apresenta um programa diário numa rádio local, foi detido em Fortaleza, no Ceará. Ele é conhecido como o "rei das pegadinhas" em todo país pelo conteúdo dos programas de humor que apresenta nas emissoras de rádio. Mução é filho da ex-secretária da receita Federal Lina Maria Vieira.
É crime:
• Posse e armazenamento de conteúdo pornográfico infantil: 1 a 3 anos de prisão
• Produzir imagens e material de pornografia infantil: 4 a 8 anos de reclusão
• Trocar, divulgar e postar fotos e vídeos: 3 a 6 anos de prisão
• Estupro de vulnerável: 8 a 15 anos de prisão As penas são cumulativas.
Fonte: Uai
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