A Arquidiocese de Londrina emitiu nota oficial à imprensa, no início da noite desta quinta-feira (24), se manifestando sobre os escândalos de corrupção que a cidade vive atualmente.
É a primeira vez que a Igreja emite posição sobre o caso da suposta oferta de propina ao vereador Amauri Cardoso (PSDB), que culminou em indiciamentos, denúncias e na prisão de aliados do prefeito Barbosa Neto (PDT).
Na nota, o "clero de Londrina" lamenta a situação da cidade, que registra "denúncias, investigações, escândalos e prisões no âmbito da política" há vários anos. A Arquidiocese se dirige ao "Ministério Público e à mídia comprometida com a verdade", ma lembra que "a ética na política é dever de todos"."As autoridades merecem nossa consideração, mas, elas têm o dever e a obrigação de respeitar o povo e as instituições", destaca o clero no documento.
A Igreja lamenta, também, que os atuais escândalos "reforçam o descrédito, o desinteresse e o afastamento do povo em relação ao valor e à importância da política para a sociedade".
Na nota, a Arquidiocese se dirige ainda aos vereadores integrantes da chamada Comissão Processante (CP) da Centronic, aberta na Câmara para investigar o suposto uso de dinheiro público para pagar vigilantes da empresa, que teriam trabalhado na rádio Brasil Sul, de propriedade de Barbosa Neto. O clero pede que a comissão se oriente "pelos critérios éticos, pela lei e pela verdade". "Investiguem com seriedade os fatos, não por interesses político partidários, mas para dar uma resposta à sociedade. Todo cidadão é considerado inocente, até que a Justiça comprove a sua culpa ou não. O que importa não é a condenação ou absolvição, mas, a verdade. Se a verdade é fundamento da política, a mentira é sustentáculo da corrupção."
Por fim, a Igreja pede que o cidadão londrinense não se omita nas urnas e se utilize da Lei da Ficha Limpa na hora de escolher o seu candidato. "(...) todos somos cidadãos e temos o direito de participar da construção de uma sociedade nova e melhor. Para isso precisamos nos mobilizar", ressalta o clero no documento assinado bispos, padres e diáconos.
Fonte: Bonde